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Criação Assombrosa e a menina que não gostava de praia

  • Foto do escritor: Escritora Carols
    Escritora Carols
  • 13 de mai.
  • 2 min de leitura
Duas mulheres negras de cabelos cacheados estão sorrindo na praia ao entardecer, com ondas suaves ao fundo. Uma carrega a outra nas costas com alegria. Ambas usam roupas leves de verão. Sobre a imagem, está escrito em fonte cursiva laranja com sombra: "A menina que não gostava de praia". Abaixo, em fonte monoespaçada preta: "uma história real de Criação Assombrosa".
Reprodução: Foto pessoal, ano novo 2025. Carol e Naty

Durante muitos anos, eu fui a menina que odiava a praia.


Minha irmã gêmea? A sereia do rolê. Pé na areia, cabelo ao vento, riso solto.

Eu? A criatura da canga. O ser na cadeira. Aquela que preferia mil vezes um livro do que um banho de mar.


E não era drama, viu? Era a areia que me fazia tropeçar, deslizar, me afundar. Era água em constante movimento, ondas imprevisíveis que não me deixavam ficar de pé sozinha.


Era o medo de pedir ajuda. Ou melhor: o orgulho de não querer.


A imagem mostra o pé descalço de uma mulher na areia molhada, sendo alcançado por espuma do mar. Ela veste uma saia ou vestido rosa-claro. À direita da imagem, uma bengala cinza toca o chão, sugerindo uma pessoa com deficiência  de mobilidade reduzida.
Reprodução: Foto pessoal.

Pra mim, "ajuda" era quase um xingamento. Parecia significar: você é frágil. você é menos. você não consegue. E eu passava um calorão tentando provar o contrário.


O único momento em que a praia se salvava era quando passava o picolé da Ajelso (sim, aquele do livro!) ou quando alguém gritava: "Olha o milho!"(Se você tira o milho da espiga… lamento, você não tem salvação 😅)


Mas então, eu cresci. E escrevi Criação Assombrosa.

Ali, entre pinceladas da Marina e as olhadas de Jorik, entendi que depender não é fraqueza. É força partilhada.



Imagem principal mostra uma mulher de costas, caminhando em direção ao mar com uma bengala, usando uma saída de praia rosa. Abaixo, uma faixa com quatro fotos menores: ela lendo um livro na areia, nadando de costas no mar, parcialmente submersa em uma onda e, por fim, descansando com boné rosa deitada em uma cadeira de praia.
Reprodução: Fotos pessoais tiradas em 2025 (menos a do livro, risos)

Entendi que Deus nunca nos criou e disse:"Agora se vira." Pelo contrário. Ele nos prometeu presença.


“Quando passares pelas águas, Eu estarei contigo.” – Isaías 43:2


Uma das cenas que mais me tocam em Criação Assombrosa é quando Marina entra na água pela primeira vez. Sem dar spoiler, vou te contar um truque que eu uso na vida real, e que coloquei no livro também:

“Marina aprendeu a caminhar pela areia sem a cadeira. Ficava mais fácil quando ele ia na frente, e ela pisava onde ele tinha colocado os pés antes. (...)” — em alguma parte do livro rs

É isso.


Tem hora que a gente anda sozinho. Tem hora que a gente pisa onde os outros pisaram.

E tem hora que ser carregada é a forma mais linda de continuar indo.


Hoje, eu digo sem vergonha: Eu sou a menina que ama o mar.


A mesma que chama a irmã pra ir à praia numa sexta de manhã. A que já pergunta se o protetor tá na bolsa e se a marquinha vai pegar.


Porque não há nada de errado em aceitar ajuda. E há muita beleza em aprender a aproveitar a vida com quem topa ir com você, mesmo quando as ondas são fortes.



Pôr do sol na praia, com o céu em tons dourados e alaranjados refletindo no mar calmo. Duas pessoas estão entrando na água de mãos dadas, formando silhuetas contra a luz do entardecer.
Reprodução: Foto pessoal. Praia de Jacaraípe. tirada em algum ano novo na minha era fotográfa.

💬 E você? Qual foi a coisa que aprendeu a amar quando aceitou ajuda?

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