O que significa herdar um Reino quando o rei está em silêncio?
- Escritora Carols
- 16 de mai.
- 2 min de leitura

A frase que mudou tudo na história — e dentro de mim.
“Se um de nós está fraco, o outro tem que se fortalecer. É isso que os herdeiros fazem. Assumem a liderança quando o líder está indefeso. Fraco. Doente. Em luto.” - Capítulo 26
Essa frase nasceu em Reino Silencioso, mas foi ela quem me ensinou uma das verdades mais bonitas da vida cristã — mesmo quando eu nem tinha certeza se queria escrever um livro cristão.
A verdade é que "Reino Silencioso" não nasceu com esse propósito. Quando comecei, o foco era só o romance. A dor do luto era pano de fundo. A memória da protagonista era frágil, mas não tão significativa. O subtítulo original era: “A memória é um território complicado.” E era só isso: um detalhe dramático.
Mas a história começou a falar. A se rebelar contra a leveza que eu queria forçar. E quando a Mainha da Julieta me perguntou — “E eu?” —eu soube que Julieta precisava lembrar o que sua mente escolheu esquecer.
Corri pra minha mãe (a real, que fez um curso que sempre esqueço o nome, mas é tipo psicanalise) e perguntei: “É possível o cérebro apagar memórias traumáticas?” Quando ela respondeu que sim, que a mente nos protege da dor com o esquecimento, suspirei. E reescrevi tudo.
O pai de Julieta, antes uma figura passiva, virou chave. A madrasta deixou de ser vilã — os contos de fada não bastavam. Era preciso encarar o real. A dor. O silêncio. A ausência.
E aí veio a virada: As respostas que Julieta procurava estavam no pai. Assim como, na nossa caminhada, as respostas para os mistérios da vida continuam com o Pai.

Filhos do Rei têm um papel na Terra
A frase que abre esse post nasceu de uma dor profunda. Porque em Reino Silencioso, o rei está calado. Julieta está sozinha. Mas alguém precisa continuar. É assim com a gente também.
“Se somos filhos, então somos herdeiros — herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória.” (Romanos 8:17)
Somos herdeiros. E como herdeiros, assumimos a liderança quando tudo parece indefeso. Essa é a natureza do nosso chamado. Mesmo chorando. Mesmo de joelhos. Deus nos chama a permanecer. A proclamar. A liderar.
Silêncio, barulho e o tempo de Deus
Às vezes, o silêncio de Deus é a resposta. Outras vezes, o barulho é necessário.
Foi só depois de escrever o livro que percebi: Eclesiastes 3 estava ali o tempo todo, escondido nas entrelinhas.
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu." (Eclesiastes 3:1) - no livro, outro versículo do capítulo tem mais destaque, adivinha qual é!)
Nosso papel, enquanto esperamos a volta do nosso Salvador, não é permanecer em silêncio. Ainda existe esperança. O mundo não acabou (ainda). E não quer dizer que nada está sendo feito.
Então, vamos ser barulhentos. Assim como Julieta incentiva seu povo:
"Que sejamos barulhentos, amáveis e protetores da alegria. Sabendo lidar com tristezas de forma saudável. Amém." - Capítulo 31

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