Escrevo com aspas, sim — e isso tem tudo a ver com minha história
- Escritora Carols
- 6 de mai.
- 2 min de leitura

Um sonho tímido e um jornalzinho no hospital
Desde que me conheço por gente, sonhava em escrever. Mas, no fundo, havia um silêncio desconfortável no meu peito... uma sensação de que talvez não houvesse espaço para mim no grande mundo das palavras.
Foi no hospital onde faço acompanhamento que as portas da comunicação começaram a se abrir de forma inesperada. Um pequeno jornalzinho — feito com amor, cuidado e esperança — me deu minha primeira experiência como repórter e apresentadora. Eu, sentada de frente para a câmera, conversando, ouvindo histórias, aprendendo sobre diferentes mundos sem sair do meu lugar... me apaixonei perdidamente.
De apresentadora à jornalista de fato

Daquele momento em diante, soube que queria algo ligado à TV. Sempre amei o Vídeo Show e aquele jeito leve de contar histórias da vida real.
Entre um sonho e outro, também pensei em ser professora, estilista de moda... até prestei vestibular para Moda! (Inclusive, a paixão foi tão verdadeira que mais tarde fiz uma pós em Produção de Moda rs). Mas no fim, como quem é gentilmente guiado pela mão do Destino, minha matrícula foi parar no Jornalismo.
O que o jornalismo me ensinou sobre contar histórias
No Jornalismo, aprendi algo que carrego até hoje: toda história precisa de um começo, um meio e um fim. Um motivo, uma consequência e uma narrativa honesta. Aprendi também a fazer perguntas, a ouvir com atenção, a ver a beleza escondida nas entrelinhas da vida.
E é aí que entram... as aspas.
Talvez você já tenha notado: nas reportagens, sempre usamos aspas para marcar a fala de alguém — não o travessão, como é mais comum na literatura brasileira. Quando voltei a escrever ficção, anos depois, sem perceber, as aspas vieram comigo, como uma velha amiga que nunca me deixou. Tentei usar o travessão. Juro. Mas achava feio, estranho, como se não combinasse comigo.
Por isso hoje, meus livros usam aspas nos diálogos. Não porque uma IA escreveu para mim, como já ouvi alguns comentários nada divertidos por aí — mas porque essa é a minha história.

Eu sou escritora. Eu sou jornalista.
E as aspas são um pedacinho disso tudo misturado.
E sabe de uma coisa bonita que percebi pensando sobre isso? Outro livro famoso — talvez o mais famoso da história — também usa aspas para registrar falas: a Bíblia.
Coincidência? Talvez. Ou talvez seja só mais uma forma de Deus me lembrar: Existe, sim, espaço para a minha voz. E existe espaço para a sua também.
E você? Tem alguma escolha estilística ou criativa que te acompanha desde sempre, mesmo que fuja do padrão? Me conta nos comentários! 💬
Aff, agora vou querer mudar pra aspas também kkkj